segunda-feira, 26 de julho de 2010

Décima postagem! - Poxa é a décima!

Olá caros leitores! Leon aqui! Então é o seguinte, esse é o 10° post do meu blog, mesmo tendo ele vindo uma semana atrasado... Mas há males que vem pra bem, e o bem é que o capítulo hoje de Dimensão do Meio veio bem maior! Deu cerca de 4 páginas no Word e o escrevi com muita vontade, então espero que gostem. Aí está ele.

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“Cinco dias...”

-No que está pensando Gabriel?
-Ah, Klarr... Não é nada...
-Não adianta mentir pra mim Gabriel. Eu sei que está preocupada em ter que me escoltar. Não conhece esse mundo, teme o que soube dos monstros. Se mostra tranquilo para esconder o medo. E acha que isso irá lhe ajudar a fazê-lo passar. Mas ainda assim, sabe que isso não será de grande valia.
Estava aturdido. Naqueles últimos minutos minha cabeça e meu coração foram bombardeados com informações novas que desencadearam sentimentos como medo, raiva e solidão crescente. Uma saudade corrosiva.
-Vamos Gabriel, levante-se – tentava me encorajar Klarr - Sabe muito bem que se ficar aí sentado apenas olhando para a paisagem e estando só não irá lê levar a nada. Fora que você precisa aprender a usar a Kleizwar. Não é só por que ela se adaptar a você que você saberá usar-la.
-Eu... Gostaria de ficar um pouco só. Eu preciso colocar minha mente em ordem... Você é esperta, sabe que eu estava pensando e tudo mais... Mas, só quero ficar um pouco só.
-Tudo bem, como achar melhor. Mas precisando de mim só me chamar, vou estar na quarta porta da esquerda.
-Aham...
A entrada no banheiro e minha queda nesse mundo, o como temporário que é o “Choque de Entrada”, os Krill, monstros, Dimensão do Meio... Isso é tão confuso. Tudo tão confuso e tão novo... Mas no fim novidade e confusão resultam em uma coisa: Medo. Pois se uma coisa é nova e confusa ao mesmo tempo ela é desconhecida. É natural do humano temer o desconhecido.
“O medo é comum a todos. Porém os que se livram dela sabem o que é liberdade e alcançam novos céus. Não tenha medo Gabriel!”
Lembrei-me do que o meu amigo Carlos, amigo de infância, tinha dito pra mim quando tínhamos apenas 12 anos... Cara como aquele cara era inteligente.
“Você é fraco. Você teme as coisas rápido. Você não age de impulso, precisa pensar as coisas meticulosamente! Você não sabe que a melhor maneira de arrumar a cabeça é fazendo exatamente aquilo que você não sabe que é onde você encontra suas respostas e aprende coisas novas.”
Meu professor de judô, Alberto. Havia dito aquilo pra mim... Impressionante vindo de um professor de um esporte como esse.
“O mundo só existe quando nós os desbravamos. Se ficarmos sentados em um canto ‘mundo’ será apenas uma palavra vazia.”
E essa frase... É minha.
Levantei-me... O tempo que tinha gasto pensando só nisso fez com que o dia fosse noite. Estava ficando frio, decidi então entrar. Iria fazê-lo.
Antes de entrar uma centelha de curiosidade me ocorreu. Perguntei-me como seria o céu daquele lugar. Olhando para o alto não vi lua alguma, ou qualquer satélite natural que a valesse. Devia ser um fenômeno parecido com a lua nova ou então não tinha lua mesmo nesse lugar. Tantas respostas para um pergunta não tão simples. E uma centelha de curiosidade sobre a lua tornou-se um grande incêndio de curiosidade. Eu realmente queria conhecer esse novo mundo, com horizontes tão diferentes dos que eu estava habituado seriam fascinantes.
Entrei então. Bati na quarta porta a esquerda. Se não fosse o aviso de Klarr sobre ela estar ali mal saberia disso, teria que ir de porta em porta. Bati duas vezes e nenhuma resposta.
-Klarr? Você está aí?
-Ah, Gabriel, estou sim – respondeu a voz de Klarr lá dentro – pode entrar.
-Com licença.
O quarto dela tinha um quê meio arábico, com aquelas camas de marajás e tudo mais. Porém essa era a maior correlação que eu poderia criar do quarto dela com o que eu já tinha visto em minha vida. Era definitivamente diferente, salvo a cama, um móvel parecido com um criado mudo e outro com um armário. A, detalhe, todos em metal. Mas era de se esperar que fosse assim, ela era filha de ferreiro. Os outros móveis que vi não imaginei de o que seriam e para que serviriam. Ela estava sentada na cama, marque minhas palavras, o “sentada” dela definitivamente era algo... No mínimo estranho. De fato ela estava sentada apoiada em duas pernas, porém há um detalhe a mais... Como eles tem 3 olhos, um em cada ponto da cabeça, e três braços e pernas imediatamente abaixo deles, acho que deu pra entender então? Ela sentava de um modo que deixava duas das pernas pros lados e uma para frente. Estranho, muito mesmo. Passado o choque em um segundo – me prezo de que meus choques quando vejo coisas estranhas são bem rápido em passar – me dirigi até ela.
-Eu decidi.
-Imaginei que sim, e qual é a sua resposta?
-Eu vou.
-Por quê?
Nesse momento o olho que estava virado para mim imediatamente faiscou, de um modo que me pareceu o seu pai olhando minha aura, porém de modo ainda mais intenso. Parecia interessada, tanto por curiosidade e por cuidado. Eu seria seu guarda-costas.
-Esse mundo, ele é novo pra mim. Eu estou curioso sobre o que tem nele. Seja cheio de monstros ou coisas do tipo, eu, ainda assim, quero desbravá-lo. Antes morrer aprendendo do que ficar parado em um canto fazendo nada.
-Interessante... Uma resposta que de fato não esperava ouvir. Pensei que diria algo do tipo que tem uma dívida a quitar. Mas achei sua resposta ainda mais fascinante. E acima de tudo. Diz a verdade. – mais uma vez ela me olhou com aquele olho faiscando – e tem um fogo nos olhos...
Ela se levantou, se dirigiu até a mim e falou:
-Gabriel, a partir de amanhã você irá treinar o uso de Kleizwar com a melhor pessoa que conheço que a usa. Mesmo sendo em 4 dias, você ira manejar a Kleizwar tão bem, mas tão bem que parecerá que esteve treinando por ao menos 4 meses.
-Nossa! Ele é bom assim?
-Sim, muito. E de certo modo a Kleizwar é uma arma de fácil assimilação. Ela funciona tanto como proteção quanto uma espécie que multiplicador de força. Não sei explicar bem, mas creio que isso seja pelos mecanismos que há nela.
-Então, é mais que um simples punho protetor...
-Exato. E acho que dizer que é uma espécie de punho protetor é errado.
-Como assim?
-Acho que seria mais como uma proteção aos braços.
-Ah sim.
-Bom, com licença Gabriel, preciso fazer o jantar.
ROOOOONC
Foi assim que meu estômago fez na menção daquela palavra.
“Jantar”
-Nossa. O que foi isso – Falou assustada Klarr – Alguma fera?
-Err... Não... Foi... Meu estômago... Eu to com fome.
Ela me olhou assustada com aquele barulho. Pensando bem, como diabos eu ainda não tinha sentido fome? Eu imagino que tenha ficado coisa de 2 dias sem comer NADA! E ainda assim não senti fome... Vai entender...
-É assim que os humanos fazem quando sentem fome?
-Mais ou menos, são os nossos estômagos que fazem isso... Isso acontece quando temos muita fome... Bom, o que vai ter pro rango?
Sorri amarelo como sempre faço quando digo algo que soa vergonhoso.
-Vai demorar só mais um pouquinho! Os meus irmãos devem estar famintos também!
-Irmãos?
-Sim! São os que trabalham com o meu pai. Mas pra falar a verdade eles não foram fecundados pela minha mãe e pelo meu pai. Pros humanos isso seria como “filho adotivo”, não?
-É normalmente sim.Ah é, tô pra te perguntar uma coisa a algum tempo sobre a fecun...
-Klarr, anda logo, estamos famintos! – falou Maklos que tinha acabado de entrar no quarto – E o Gabriel mais ainda!
-Hey, vocês não responderam a minha pergunta da fecun...
Sons de passos altos e o falatório subsequente abafaram minha pergunta, até o final do jantar, e logo após foram todos dormir, menos Maklos que ficou fazendo a Kleizwar. Por sinal, foi ali que conheci a pessoa que iria me treinar. Esqueci de comentar, havia outro humano ali, o nome dele era Giuseppe, mas disse que conversaríamos melhor no dia seguinte. E assim a noite passou rápida para eles, mas para mim...
Eu me vi em minha casa, com minha família: Meu pai Augusto, minha irmãzinha Cláudia e minha avó Sabrina. Eles estavam felizes, com um detalhe, sem mim. Ao que parecia eles tinha esquecido de mim. Aquilo me fez acordar no meio da noite com lágrimas nos olhos, e assim que voltei outro pesadelo me atormentou. Ao invés de minha família, dessa vez foram meus amigos que povoaram meu sonho, ou melhor, meu pesadelo. Era a mesma coisa. Como se eles tivessem esquecido de mim, e o pior, minha consciência dizia que aquilo de fato tinha acontecido, eles tinham esquecido de mim. Não tinha deixado nenhum rastro da minha existência no meu mundo. Nenhuma.
Acordei no dia seguinte triste e abatido.
Tomei meu café-da-manhã junto com os irmãos de Klarr, e naquele momento descobri que eles eram assim considerados que quando um Krill ferreiro começa a trabalhar com outro eles eram considerados como filhos desse ferreiro, e então presumi que Klarr era filha única.
-Ei, Gabriel.
-Hã? – me virei, era Giuseppe – Ah! Giuseppe...
-Que cara amuada é essa homem? Tem que estufar o peito por mais cansado que esteja, é assim que um homem mostra a que veio. Me diga, o que houve?
Giuseppe devia ter por volta de 35 a 37 anos, era parrudo, meio calvo e tinha traços físicos italianos.
-Não é nada de mais... Só não estou acostumado com as noites desse mundo ainda.
-É assim mesmo. No fim você se acostuma e os pesadelos vão embora.
-Peraí! Como sabe que tive pesadelos?
-Por que todos os humanos quando vem para esse mundo tem eles, e normalmente são as mesmas coisas sempre. Ser esquecido pelas pessoas que você nunca esqueceria.
-Você... Passou por isso?
-Não. Eu vim para esse mundo em período de guerra. Ou melhor, quando meu país estava em guerra.
-Seu país? Qual era seu país?
Aquilo era no mínimo impressionante. Se essa guerra fosse a 2ª Mundial então aquele homem de 35 anos teria vindo a esse mundo a mais de 75 anos!
-Itália. Recém unificada. Por que garoto?
-Isso... Isso... Isso é simplesmente... Nossa nem tenho palavras para definir isso!
-Eu tenho: Normal.
-O QUE?! NORMAL?
-Ei, ei, ei, não grite! É normal sim. Já conheci centuriões de César para você ter uma idéia. Chegar nesse mundo de diferentes épocas é comum. Apesar desse mundo ser antigo. Bem antigo.
-E incrivelmente para alguém da década de 30 você é tranqüilo quanto a isso...
-Eu cheguei a esse mundo com meus mais a de 19 anos. Estranhamente aqui também o ano tem 365 dias e um ano bissexto. Mas isso não é importante. Eu vou te ensinar o que é realmente importante. Usar as Kleizwar.
-Certo.
-Antes eu tenho que te explicar o que elas fazem. As Kleizwar não servem apenas como proteções mas também como ampliadoras de força física, tanto para agarrar quanto socar.
-A Klarr tinha me dito isso.
-Bom, isso então facilita as coisas. Mas – ele pega um par de braçadeiras de metal dentro de uma caixa que ele tinha trazido consigo – treinamento prático é sempre melhor, aqui, pegue.
Assim que ele as estendeu eu pegue, e então...
-Pesado! – deixei elas caírem no chão – Ops...
-Hahaha, essas Kleizwar não foram feitas para você, por isso são mais pesadas. Na verdade não tem como você usar elas, elas são minhas.
Giuseppe pegou as Kleizwar dele e as colocou,.
-Aqui, você pode usar essas luvas de metal que são comuns.
Elas eram de fato pesadas, mas não tanto quanto as Kleizwar do Giuseppe.
-Tá, e agora?
-Está vendo aquelas placas de madeira?
-Sim.
-Quebre-as, quero 85 no final de 2 horas.
-O que?! Isso é impossível!
-Se você assim achar será. Mas será tão difícil assim?
Giuseppe se virou bruscamente e varou um soco no meio de uma dessas placas, e a esmigalhou e pequenos pedaços...
-I-Incrível! Mas...
-Sem mais, comece a fazer isso agora.
Ele então se sentou em um pedra que havia perto dele e ficou me obserrvando.
Soquei a primeira placa, não doeu, mas não quebrou
-Mais força, Gabriel, assim você não alcança a marca.
Mais uma tentativa. Frustrada, e outra, e outra, e outra... Minhas mãos estavam dormentes e eu ainda estava na primeira tábua, elas eram grossas demais. Até então...
-Minhas mãos estão molhadas... – tirei as luvas e um líquido viscoso vermelho escorreu – Sangue... – era muito- Eu, preciso estancar agora! – começou a arder – Caraca, que saco...
-Aqui, enfaixe com isso – Giuseppe me estendeu uma toalha fina para estancar o sangue – E volte a treinar.
-Você é louco? Eu tenho que limpar isso!
Corri para a casa e entrei no banheiro, lavei as mãos e vi que estava com vários cortes e manchas roxas, isso tudo em um pequeno período de tempo.
-Ai... Saco...
Comecei a enfaixar os braços para impedir que o sangue continuasse a fluir.
Esse pequeno incidente seria apenas o primeiro de muitos naquele curto período de tempo.

“Quatro dias...”

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Eu, também estou muito ansioso para o que virá daqui para frente. Pra falar a verdade, algumas idéias eu tenho no momento em que eu estou escrevendo... Grande escritor eu, não?
Bom por hoje é isso! Espero vê-los em uma próxima (breve) ocasião.

Until Next Time!

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