domingo, 4 de julho de 2010

Oitavo Encontro - Tirando a camada tripla de poeira

Olá caros leitores, como tem passado nesses últimos seis meses de hiato? Bom, sinceramente, hiato que nada, eu particularmente estava com preguiça e falta de inspiração mesmo... Peço desculpas a vocês, sinto muito, foi irresponsabilidade minha. Porém nesses meses que se passaram procurei novas inspirações, idéias, noções, opiniões e o mais importante de tudo: A mim mesmo. Pois bem, sigamos em frente, pois não posso mais olhar longinquamente a frente, mas vamos por passos lentos. Hoje trago a vocês mais um capítulo de "Dimensão do Meio" e o capítulo de uma nova estória minha, um trabalho conjunto que ainda está por começar, mas o que será escrito aqui é um prólogo. O nome da estória é "Otaku no Hibi: As Crônicas do Leão Uivante". Logo de cara uma explicação: Otaku no Hibi é um grupo de pessoas que gostam ou tem alguma simpatia pela cultura japonesa, eu sou um dos coordenadores desse grupo. Mas embora ele seja um grupo ativo pequeno, somos muitos unidos, e em homenagem a eles, me comprometi de escrever o que vai acontecer em uma mesa de RPG um tanto quanto especial. No futuro serão dados mais detalhes sobre a estória, então aguardem! Então, a viagem meus amigos!

-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-

-Ah... Dormi bem... Me sinto bem melhor agora. Onde será que o... O... Ah, esqueci o nome dele... Como era mesmo...
-Maklos, e ele está na sala. Como está se sentindo?
-Huh? Você... Você é a... Klarr, não é isso?
-Isso, sou a Klarr. - ela sorri - Engraçado, você esquece do nome do meu pai e se lembra do meu.
-Hã? Não se impressione com isso, minha memória é estranha mesmo. Lembro de umas coisas e esqueço de outras.
-Certo, certo... Mas pelo visto seu corpo já está adaptado. Isso é bom.
-Imagino que você tenha passado por isso também.
-Não, não passei... Sou nativa, ou quase...
-Nativa, você... Nasceu aqui?
-Meus pais já vieram pra esse mundo fecundados. Por isso sou meio-nativa. Mas no fim sou nativa mesmo, não se preocupe com essas coisas.
-Entendi... Peraí? Fecundado...
-Excelente! É muito bom saber que você já está bem. - Maklos entrou - E você realmente tem sorte, um humano viajante lhe deu essas roupas. Vamos levante-se, precisa tomar um banho pra ficar bem!
-Ah, Maklos! Obrigado mesmo! Mas eu tenho uma pergunta, sobre a fecun...
-Pai, leva ele no banheiro logo, ele ta ensopado de suor!
Realmente, eu tava todo suado. Pelo jeito devo ter tido febre.
-Por aqui, por aqui!
Enquanto andava pela casa guiado por Maklos até o banho, vi que era uma casa com um corredor principal, com a entrada da casa nele. Os cômodos eram dispostos todos nesse corredor. Pelo numero de portas, havia oito cômodos. Não pude saber quais eram eles, alguns estavam fechados. Mas...
-Nossa ta quente aqui...
-São as nossas forjas. Nossa raça é extremamente habilidosa com metais. O banho é aqui.
-Obrigado Maklos!
-De nada!
Amplo, circular, e cavado no chão, assim é o banho. É como se fosse um ofurô gigante, mas a água não tem cara de ser quente. E...
-Nossa! A água tá morna, no ponto! Que bom...
Demorei coisa de meia hora, aproveitei bem o banho.
-Gabriel? Já terminou? - Era a Klarr - Meu pai quer falar com você. Por sinal, as roupas estão estendidas na parede a esquerda.
-Obrigado Klarr. Já as vi, tô saindo daqui a pouco!
Me vesti, as roupas ficaram um pouco largas, mas ajeitei um pouco. Elas eram um tanto quanto rústicas, como seriam roupas do século XVIII, ao que parecia, a tecnologia daqui não é muito avançada...
Saindo do banho, Maklos me esperava do lado de fora, ele, ao que me parecia, já que não consigo ler muitas emoções deles, fora o sorriso, me parecia bem preocupado e, além disso, parecia que queria me pedir algo.
-Gabriel, poderia me seguir? Creio que tenhamos que conversar...
-Claro... Mas do que se trata?
-Tenho um favor para lhe pedir.
Sabia, acho que não é a toa que eu escolhi seguir a faculdade de Psicologia...
Entramos em uma das salas da casa, era uma forja... Ao menos parecia. A estrutura era bem complexa. E vendo agora, dutos, que pareciam ser de água, circulava pela sala toda, provavelmente para esfriar o local. Haviam alguns utensílios sendo feitos por outros três Krill, coisas simples como panelas e garfos.
-Bom Gabriel, em troca da hospitalidade que lhe ofereci gostaria de lhe pedir um favor, muito importante por sinal.
-Do que se trata? – na hora tinha pensado: “Sinceramente, tomara que não envolva nada grande a ser feito” – Algo a ser feito aqui?
-Não, não aqui, e se trata, de certo modo com a minha filha.
-Sua filha? – Nessa hora me desesperei, pensava em coisas como casamento, estilo as histórias de forasteiros salvos por índios americanos e coisas do tipo – O que... O que que o senhor quer?
-Gostaria que escoltasse minha filha até uma cidade, um tanto quanto distante daqui.

Mal sabia eu, que ali, a minha vida que já estava de ponta cabeça, seria posta do avesso...

-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-

E agora o Prólogo da estória Otaku no Hibi: As Crônicas do Leão Uivante.


-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-

“Que calor é esse? Essa chama... Eu... Eu não o conheço. Mas... Estranhamente... Parece que ela me conhece...”.

Acordo olhando para os lados, estou em uma espécie de escadaria em local aberto, é um campo bem cuidado, pensando melhor, parece mais um jardim. Tem animais aqui. Pássaros, cães, gatos, coelhos. Eles parecem não se importar comigo. Na verdade parecem estar... Não, animais não ficam felizes com estranhos.
Minhas pernas estão formigando um pouco, da mesma maneira que eu as sinto quando estou muito cansado. A pergunta então é, por que estou cansado... Ou melhor! Como não percebi isso antes! Onde eu estou?! Eu não era pra estar aqui quando... Quando...
-Ei! O que você está fazendo aqui? Ah, que se dane, não me importo com esses detalhes. Até é bom que você esteja aqui.
-Quem é você?
Depois de ter perguntado veio o choque. Aquela pessoa tinha olhos e cabelos vermelhos como ferro aquecido, mas que ainda assim tinham uma luminosidade incrível, como se nunca tivesse perdido sua força de vontade. Mas, mesmo tendo os olhos vermelhos que de longe seria a característica mais estranha havia outra que contrastava ainda mais. Bem mais. Ele era idêntico a mim em todos os outros aspectos. Fisicamente falando, mas olhando melhor ele tem uma postura mais ereta, mais orgulhosa.
-Olha só que pergunta tosca, vinda especialmente de uma pessoa tosca como você. Você sabe como ferir o orgulho das pessoas, Leonardo. E não devia se orgulhar por isso.
-Ira? É... Você?
Isso seria impossível, fisicamente, psicologicamente e muitos outros “mentes”. Ira é minha Personalidade Matriz. Ou melhor, uma das Personalidades Matrizes.
-Arg... Ainda me chama de Ira? Não sou Ira, não sou sua Raivinha do mundo e tudo mais seu Emo! Eu sou o Orgulho! Que a muito você tem esquecido e subjugado.
-Orgulho. È tenho que assumir que a muito tempo não tenho sentido orgulho de muitas coisas... Mas tenho orgulho dos meus ami...
-Não me venha com esse papo de orgulho de amigos! Eu falo de orgulho de você mesmo! Você se mantém sempre um nível abaixo dos outros, só pra não se machucar, só pra não se sujar. Você tem medo. Você sempre temeu o mundo de fora, nunca quis se orgulhar de algo. Nunca! Você... Você... ARG! VOCÊ NÃO PASSA DE UM VIADINHO ASSUSTADO!
-O que você disse?
A raiva fluía por dentro de mim. Não... Não... Ninguém pode falar isso de mim... Nem eu mesmo... Medo? Eu? Não... Não tenho medo do mundo... Eu...
-Lá vai você de novo pras suas lamentações e perguntas sem reposta concreta e rápida.
-Você não tem o direi...
POFT!
Latejando, doendo e quente. Depois de ter ouvido um som parecido com esse do soco que tomei, era assim que eu sentia meu rosto.
-SEU IDIOTA! POR QUE VOCÊ FEZ ISSO!?
-Pra você sair dessa, seu viadinho lerdo.
-PARA DE ME CHAMAR DE VIADINHO E DE LERDO!
-Para... Para... – esse modo... Infantil de me provocar repetindo algo que disse... Isso desde sempre me levou apenas a um lugar... – Você não apren...
POUFT!
-O que você disse seu idiota? Repete, repete pra mim agora!
Os olhos vermelhos - dessa vez impressionados - olhavam pra mim. E o rosto ficou vermelho, mais que os olhos dele com o soco do lado direito. No momento seguinte os olhos dele flamejavam. Não de raiva. Mas de...
-Cara, agora você me deixou orgulhoso! Fazia tempo que eu não via esse seu fogo explodir. Era esse o Leonardo que eu queria ver! Agora sim!
Ele se recompôs, esfregou a mão onde eu soquei, se aproximou e ele me olhou dessa vez não orgulhoso, com raiva ou com ar impressionado. Era preocupação profunda.
-Leonardo, estamos com um problema, e problema dos grandes.
-Qual problema?
-Sua mente, é esse o problema. Você está perdendo ela, e nem está percebendo por si.
-O que?! Como assim?! Minha... Mente? Não, isso não faz sentido!
-Então ser socado e sentir a dor por um soco dado por mim faz sentido? Não se esqueça, eu existo na sua mente. Por sinal... Bem vindo a sua mente. Só que dessa vez, de alma inteira.
-Minha mente... Qual o problema então?

“No fim das contas a chama me conhecia sim. E eu a conhecia também. Pois eu havia a criado. Só não me lembrava”.

Otaku no Hibi: As Crônicas do Leão Uivante
Em breve...

-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~--~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~--~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~--~-~-~-~-~-~

Então meus caros leitores? O que acharam do retorno? Espero que muito mais venha em frente! Espero o apoio e retorno de vocês, as suas opiniões como sempre são muito importantes!
Então é isso! Nos vemos na próximas meus caros.

Until next time!

Nenhum comentário:

Postar um comentário