segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Décimo Primeiro Encontro - De novo atrasado...

Olá caros leitores! Mais um texto, mais uma vez atrasado. Mais uma vez o autor arrependido de não ter publicado mais cedo. Mas fiz, como sempre, com muito amor e carinho... Isso ficou estranho...
De qualquer maneira, mais um post novo do ‘Dimensão do Meio’
Aproveitem!


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“Quatro dias...”

Terminado de ter enfaixado as minhas mãos Giuseppe entrou no banheiro.
-O que foi? Já correu, só por isso? Isso são arranhões perto do que passamos aqui.
-Ah é? Mas saiba que eu só entrei nesse mundo a 3 dias, e você já quer que eu me acostume desde já? Eu vivi num mundo de paz! Num mundo de intelecto e não em um mundo de guerra!
-Certo, e isso mudou alguma coisa para mim, você acha? Pode ter mudado da tensão em mente. Mas depois de anos de paz e tranqüilidade você esquece disso, mas ainda assim eu sei usar do meu corpo para trabalhar e me defender. Esse mundo não é a Terra, esse mundo é um local onde vem de tudo e de todas as partes do mundo. Ou melhor de tudo de todos os mundos. Há desde animais dóceis e tranqüilos até criaturas que são sedentas por sangue. Matam pela simples vontade de sentir suas garras atravessando a carne e vendo sua vítima se retorcer de dor. Não subestime esse mundo. – ele parou e respirou, chegou mais perto de mim, olhou minhas mãos e falou novamente – E não se subestime. Se você não gostava de algo que você era no seu mundo então esse é o melhor local para mudar, garoto. Agora passe isso aqui. - me estendendo um pote com um líquido viscoso que parecia a pasta de alguma planta – Isso é Alifista. É um remédio natural desse mundo. Ele é um excelente cicatrizante. Em duas horas isso já vai estar melhor.
-Duas horas? Mas isso é...
-Garoto... O que eu disse? Não diga que algo é impossível, ele será. E não terá Alifista que funcione com você. Vou lhe contar um segredo. Nesse mundo duas coisas são extremamente poderosas: Fé e o dom de questionar.
-Mas isso não é contraditório?
-Não exatamente. Ter fé é acreditar em algo sem ter provas para aquilo. Normalmente fé é imposta, é sólida, não pode ser trabalhada. Porém esse tipo de fé alimenta dúvidas, então não pode mais ser chamada de fé. Passa a ser um acreditar vazio. Mas se você tiver fé mas ainda assim questionar certos pontos e achar novas maneiras de acreditar então sua fé só irá ficar mais forte, ou então você descobre a verdade sobre essa fé. Que no fim das contas é mentira, mas ainda assim é melhor que isso aconteça do que alimentar uma fé sem sentido e valor. – Giuseppe olhou para mim nesse momento e provavelmente viu minha cara esbabacada, respirou mais uma vez e então falou – acho que eu me empolguei. Mas o que eu quis dizer é o seguinte, você ter que ter fé em algo, mas ainda assim não pode deixar de questioná-la. Mas tome cuidado para seus questionamentos despedacem sua fé. Agora passa logo isso para podermos voltar ao treinamento.
-Mas como eu passo?!
-Esfrega nas mãos, passa onde está cortado, enfaixa e coloca a luva. A Alifista também é boa bloqueadora de dor. Anda, agora!
-Calma aí!
Tinha começado a passar a Alifista, e realmente a dor começou a passar. Ou melhor, meu braço adormecer um pouco. Mas ainda assim não era aquela dormência de quando você prende o braço ou a perna muito tempo, mas sim uma em que você mal sentia seu braço se mexer, mas ainda assim eu era capaz de sentir firmeza neles.
Coloquei as luvas.
“Acreditar em mim”
Elas pesavam.
“Ter fé”
Eu vou conseguir.
“Questionar”
Por que eu não conseguiria?
“Fé e questionamento. As grandes forças desse mundo”
Por que eu não conseguiria? Eu tenho que acreditar em mim!

Naquele momento senti meus braços leves, como se o mundo aceitasse o que eu havia dito. A dor que tinha sentido a minutos atrás com o encorajamento de Giuseppe me motivaram, me deram forças, alimentaram minhas esperanças que aumentaram minha fé e me fizeram me questionar “por que não”, ali foi o momento onde eu descobri que aquele mundo não era preso por todas as regras que haviam no meu. Uma força de vontade é o bastante para mudar o mundo que estava a minha volta. O mundo que era eu.
E então, minutos depois
BRACK!
-Eu... Consegui quebrar...
-Tá tão impressionado assim por quê? Não há motivos para isso. Se você tem fé e a faz mais forte se perguntando “por que você não o faria?” então isso é o resultado disso. Agora continue, faltam 84 e você só tem mais... – olhou para os céus – uma hora. Vou te dar um bônus, não se preocupe. Mais meia hora.
-Tá loco!
-Olha garoto. Fé, garoto, fé!
-OK...
Voltei a socar, com uma mão de cada vez as placas, mas acreditando, questionando “por que não?” em um ciclo eterno.
Duas, três... Vinte... Quarenta... Sessenta placas. Não foi em um piscar de olhos. Não, não foi rápido assim. Mas foi. Até então...
-Acabou o tempo. 68 placas... Muito bem... Muito bem mesmo.
-Mas... Não foram as 84.
-Verdade, não foram. E eu ainda assim não acreditei que você sequer chegaria até a 35, mesmo com o que eu te falei.
-Mas não eram 85?
-Era um teste, para ver como você iria, minha intenção era forçar você ao máximo logo nesse primeiro dia. Queria ver os seus limites e, impressionantemente, você me mostrou os seus muito rápido. Mas... Você também os aumentou e expandiu apenas de ter lhe dito aquelas coisas.
-Então eram mentiras? Placebos?
-Não. Elas eram a mais pura verdade, queria ver como você reagiria a aquelas palavras. E reagiu muito bem. Mesmo. Mas creio que aquilo não teria funcionado tão bem sem ter pensado naquilo antes. Me diga, já pensou nessas coisas?
-Já. Muitas e muitas vezes. Ontem mesmo eu pensei, e bastante, perdi até a noção de tempo... Mas era sobre esse mundo, descobrir mais... Saber... Conhecer...
-E questionar é só mais uma coisa que leva a conhecer. Sábio, muito sábio. E você é tão novo...
-Eu tenho 19 anos. Por que isso lhe impressiona?
-Porque eu só aprender essas coisas quando tinha dez anos a mais que você. Em outras palavras 29 anos. 21 anos atrás...
-11 anos? Mas você não parece ter essa idade!
-De fato não. Pareço ter 20 não?
-C-como? Eu diria 35...
-Então na sua época as diferenciações de idade melhoram um pouco. Aos 20 anos ter aparência que eu tenho era excelente.
-Mas ainda assim isso só abre uma cratera ainda maior pra mim... Você deve ter, pelas minhas contas, 50 anos, não?
-Cê tá certo. 50 anos. Esse mundo é maravilhoso nesse ponto. – Giuseppe olhou a sua volta – Os limites de idade são estendidos. As tecnologias de outros mundo são misturadas e se complementam. Nesse mundo outra palavra chave é compreensão. Coisa inimaginável no nosso, mas que nesse mundo é necessária, visto que se houvesse guerra ela não duraria muito, e se durasse ele se implodiria. Os interesses das raças são bem diferenciados em alguns pontos. Mas voltando ao treinamento. Quebre as que faltam agora. Não tem limitação de tempo. Só quero o trabalho terminado.
-Certo
Demorei mais algum tempo para quebrar as placas restantes... Mas o trabalho terminado realmente foi... Tranquilizante.
-Bom por hoje é isso apenas. Acho bom você limpar de novo seus braços e punhos, eles são não estarão pior por contada da Alifista. Aqui tome mais. – ele me entrgou outro pote com Alifista – Agora já pro banho. Você tá fedendo.
-Não precisa falar isso alto!
Entrei novamente na casa e fui tomar de novo aquele excelente banho de ofurô, como a água era quente...
-Ei Gabriel.
Era Maklos. Tinha entrado no banheiro. Vestido.
-Oi Maklos, o que foi?
-Ah é que eu queria lhe avisar que a Kleizwar está sendo bem construída. E ela já tem nome.
-Nome?
-Sim, nome. Todas minhas criações têm vida. Todas. E por sinal, obrigado por me dar seu sangue e seu suor nas formas.
-Formas? Meu sangue e suor?
-Sim, você estava treinando com um par de luvas de metal, não? Elas são formas para Kleizwar.
-Como?
-Sim, elas sevem pra saber direito como são suas habilidades físicas, sua resistência, entre outras coisas. Mas sangue e suor deixam a aura de sua Kleizwar mais forte. Ela se sincroniza com você mais facilmente.
-Peraí, suas armas tem auras?
-Sim, imagino já ter dito que as armas que faço são vivas. E o nome da sua Kleizwar é Ventil. Ela quis juntar as palavras “vento” e “gentil”.
-Não seria mais fácil que fosse Brisa?
-Foi a escolha dela.
-Peraí, tem sexo também?
Maklos riu com gosto.
-Já disse, minhas armas são vivas.
-Só falta ela ter um olho de rubi, ter sentimentos e ter tido escolhido um nome parecido com “Adaga da Maga”... Aí sim eu saberia que tava encrencado e que de algum modo era a reencarnação de uma figura histórica do meu mundo.
-Isso era pra ser uma piada?
-É uma piada, mas como você não é da Terra...
-Não entendo não é?
-É.
-Mas o que vale é a intenção. Com licença
Depois de Maklos ter saído eu terminei meu banho me vesti com as roupas que vim do meu mundo, elas estavam lavadas, e segui para o jantar, que como o anterior foi normal. Mas dessa vez eu prestei mais atenção no que eles diziam e percebi que as “pessoas” de quem falavam eram na verdade utensílios e armas. Realmente, elas eram vivas, e tinham cada personalidade... Agora eu tinha ficado com medo da minha arma... Qual seria a personalidade dela?

Dormi com isso em mente.

-Acorda dorminhoco! Já tá na hora de trabalhar.
Era Giuseppe. Como sempre, energético.
-Que horas são...? - me levantei de modo que fiquei sentado – Deve ser cedo a beça!
-É cedo sim, mas não tanto, ande, temos que treinar!
Com um puxão Giuseppe me levantou e mandou vestir-me com umas roupas que eram apropriadas para exercícios físicos. Nada muito parecido com as roupas especiais pra isso da terra, mas ainda assim da pra perceber.
Corremos por volta da colina onde ficava a casa, e percebi que os arredores da casa eram de pura natureza, alienígena, mas ainda assim era natural. Corremos por volta de uma hora. Estava mais que exausto quando terminou, por exausto já tinha ficado muitas vezes enquanto corria. Isso que dá não fazer exercícios físicos e acabar como um sedentário sem fôlego. Após a corrida descansamos um pouco, coisa de 15 minutos e então ele começou a me ensinar a bloquear golpes com os braços, usando duas braçadeiras de metal, já que as luvas eram apenas formas. Esse treino foi menos exaustivo se considerar a questão de cansaço físico, mas bem mais se considerar cansaço dos reflexos. Ele era bem rígido. Ao menos eu tinha um bom reflexo natural. E mais 15 minutos de descanso. E então voltamos a correr mais uma hora e por fim paramos para comer . Após isso sentamos a frente da casa e começamos a conversar.
-Me diga Gabriel. O que você imagina que você irá encontrar daqui pra frente?
-Eu não faço a mínima...
-Mínima o que?
-Mínima idéia. É uma expressão da minha época.
-Ah, entendo. Bom, então devo lhe contar o que você irá encontrar até chegar na cidade. Há um caminho seguindo por aqui, de terra batida, não teve pavimento ainda. Mas seguindo ela você pode chegar em segurança na cidade, embora você possa encontrar um ladrão ou então alguma criatura não muito amigável, mas ainda assim é mais seguro que seguir pelas árvores.
-Reconfortante saber disso, realmente reconfortante.
-Bom, a cidade em si é bem grandinha. É a maior da região, mas você verá um grande número de humanos, krills, feranos e talvez um ou outro austrino.
-Feranos e austrinos?
-Sim, feranos são animais do nosso mundo, porém eles pensam como nós e agem como nós, mas suas formas são animais. Austrinos são os que vieram de um mundo chamado Austril. Lá há cerca de 6 raças; inteligentes e sociáveis; diferentes. Não me recordo os nomes das raças, mas, por incrível que pareça, lá há humanos. Ao menos eles se parecem muito conosco.
-Humanos de outros mundos? Que incrível! Em que se parecem?
-Em todos pontos gerais, menos em dois.
-E qual seriam esses?
-As cores dos olhos e dos cabelos, mas isso não é grande coisa perto da outra diferença. Magia.
-Magia?!
-Sim, eles sabem usar magia, magia dos elementos da natureza. A diferença que a natureza deles tem dois elementos a mais do idealizado pelos humanos. Luz e Treva são elementos naturais lá. Não sei muito além disso.
Magia. De tudo que eu havia pensado que iria encontrar nesse mundo, magia era uma das coisas que achava possível, mas não imaginava que poderia testemunhá-la tão cedo.
-E os austrinos são amigáveis?
-Pensam como nós, então já da pra imaginar uma grande diversidade de opiniões e idéias. Mas cuidado com alguns feranos. Ele não gostam nem um pouco de humanos, ou melhor, alguns deles. Ainda existem aqueles que não se deram com humanos...
-Por que isso?
-Por que no nosso mundo humanos são criaturas irracionais que só sabem destruir. Seriam considerados os Orcs das fábulas humanas.
Não conhecia essa voz, e ela definitivamente não era humana, era um pouco mais grave. Parecia um timbre estranho...
-O CACHORRO FALOU!
Era um cão da raça pastor-alemão que estranhamente trazia uma bolsa em suas costas.
-Grrrrr... Não fale como se fosse estranho ou inconcebível um cachorro falar, humano...
-Ah olá Charles.
-Como vai Giuseppe. Vejo que temos um novo trabalhador na mina.
-Não eu não sou um trabalhador da mi...
-Não lhe dirigi a palavra, então por favor fique quieto.
-Como é que é – levantei-me – Tá louco?
-Ei ei vocês dois. Acalmem-se... Charles, ele não é trabalhador da mina e ele é um humano como eu e mesmo sendo eu humano você me respeita. Então gostaria que o respeitasse, ele não te fez nada.
-Hump. Que seja, bom eu tenho que ir, preciso ver Maklos, tenho uma encomenda pra pegar.
-Vá em frente Charles.
-Com suas licenças.
E Charles seguiu até a casa.
-Então esse é um ferano?
-Sim.
-Arrogantes eles, não?
-Você vai ter que aprender a conviver com eles e ganhar sua confiança. Bom, de volta a ao treinamento!
-De novo?!
E assim sucedeu-se o treinamento até o fim da tarde. E assim no dia seguinte. E no dia após esse. E no subseqüente. Era pouca fala e muito treino, mas nesse meio tempo aprendi mais sobre a cidade que iria. O nome dela, comicamente era Babilônia. Sim, Babilônia. Foram os feranos que a fundaram, e havia uma Babilônia no mundo deles, não tinha o mesmo significado tenebroso que a da Terra. Babilônia lá era a maior cidade, uma metrópole. Metrópole essa que segundo as histórias ditas, parte dela foi sugada por um Buraco. Buracos são falhas dimensionais aonde você cai na Dimensão do Meio. E aprendi também que Dimensão do Meio é o nome mais formal, mas o local é comumente chamado de Mediana. Mas voltando a Babilônia, diz-se que a parte que foi sugada é aonde fica a cidade de Babilônia. E segundo relatos dos feranos que fundaram a cidade, a Babilônia da Mediana não tem nem 5% do tamanho original da cidade, e pesquisas posteriores, de humanos e austrinos demonstraram que a cidade original era colossal.
Aprendi também sobre a área em que vivem é uma área de relativa calmaria, não há criaturas ou raças perigosas. Por isso que Maklos havia decido morar ali.

Colocando então em números claros, haviam passado 3 dias...

-Acorda Gabri... Ué, onde que ele foi?
-Ah, bom dia Giuseppe. Como foi a noite?
-Acordado já?
-Claro, poxa! Já to cansado de você me chutar pra acordar...
-Ahahaha, ah... Não reclame assim, você parte meu coração desse modo!
-Deixa disso homem. Vamos logo ao treino!
-Animado hoje heim?
-Hoje é o ultimo dia de treino... E andei pensando. Acho que a Ventil não vai querer um usuário fraco.
-É assim que tem que pensar. Então vamos logo!
Assim se saí do quarto encontrei com Klarr.
-Ah, olá Gabriel, olá Giuseppe!
-Bom dia mana.
-Bom dia Klarr.
-Pelo visto estamos energéticos hoje!
-É isso aew! Quero fazer um bom trabalho te escoltando até a Babilônia.
-Conto com você Gabriel.
-Xá comigo!
-Tá garotão, vamos logo treinar!
-Certo.
O treino não foi diferente dos outros nesse dia, fora que foi mais puxado e que eu estava mais motivado para treinar. Por fé, questionamento, medo... Por muitas emoções humanas. Mas especialmente por “Seguir em frente e conhecer o mundo.”.
E o dia acabou sem mais nada novo. Só o cansaço. Não, falar isso é mentir. Havia algo novo sim.

Ansiedade.


“Um Dia”


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Findado mais um capítulo. O próximo capítulo termina com o Prólogo da Estória e então começaremos a ter uma grande aventura, passo a passo, mas será grande!

Until Next Time!

[edit]
Fiz algumas modificações no texto, concordância de lingua e da estória.

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